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Boa tarde, Frau Hundmann
- disse o jovem anfitrião, formal. - Se estiver disposta, nós
gostaríamos de ouvir a história que mencionou ontem. Especialmente
este meu amigo; ele e o irmão têm registrado muitos contos do nosso
povo.
A mulher cravou os olhos em Wilhelm. Com 24 anos, ele era o mais velho dos hóspedes de August Von Haxthausen naquele fim de semana; apesar disso, parecia intimidado.
- Como se chama, jungling? - perguntou ela, num sorriso sem alegria, ao baixar o bordado e ajeitar sobre a cabeça um estranho capuz de veludo vermelho.
- Wilhelm Grimm, meine Frau.
- Pois então, Herr Grimm, ouça minha história: é inteiramente verdadeira. Es war einmal, era uma vez - sua voz ecoou na sala silenciosa - uma senhora que vivia em uma casa junto à mata, sob três grandes carvalhos...
Apesar de ela aparentemente fitar seu primo, Erich teve a impressão de que seus olhos, que emitiam um brilho esquisito, não o largaram mais.
"Estou imaginando coisas", pensou o rapaz. Talvez aquilo fosse apenas um reflexo fugidio do sol que brilhava lá fora, intrometendo-se por alguma brecha da janela.
Ou
não...
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